terça-feira, 9 de março de 2010

A finitude.


Existem histórias que não deveriam ter fim, deveriam ser como os contos de fadas, em que o final não existe. Algumas coisas começam e caminham até se aproximarem do fim e começam a perder seu brilho. “Mas será que tornamos assim?” Pois algumas coisas que são imutáveis, permanecem reluzentes, sem perder o esplendor que pela natureza lhes foi dado. Do nascer ao anoitecer o Sol permanece brilhante, cheio de vida. Após o entardecer a Lua vem trazendo luz, ao escuro, cortando o vazio da noite.

O fim acaba por trazer às vezes o nunca mais, o ímpeto finalizador, contrariador da eternidade, que por vezes nos traz a esperança de dias melhores, pois sempre haverá um futuro a ser construído. Aos homens foi dada uma dádiva, de escrever a própria história, de desenhar o próprio futuro sem ter que por um fim. Já passamos por vários finais, como ensaios, para o grande final, “destinificado’’, pelas páginas escritas até hoje. Como grandes dramaturgos romancistas, estamos arquitetando um final digno de um drama literal, onde por mais triste que seja não haverá borracha, para que seja reescrito. Mas talvez nos reste páginas, para que possamos continuar a escreve-lo, sem ter que por um fim.